quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

chuva também é água

 21dez2025
 ciclismo

  Na ressaca de dois fins de semana seguidos em actividade mas nem por isso com menor vontade de pedalar.
  As previsões não eram famosas e a chuva era um cenário bastante possivel. Ainda assim não o suficiente para me reter em casa. Além do mais havia uma capa nova para estrear e por isso talvez fosse uma boa oportunidade para um teste (não que se deseje pedalar à chuva mas quem resiste a um "brinquedo" novo?)
  A ideia era não sair muito perto de casa, rolando pelas localidades adjacentes.
  A caminho e já perto da Qta do Conde, as nuvens adensavam-se. Em sentido contrário, vinham todos os que provavelmente procuravam paragens mais secas e eu feito parvo ia mesmo em direcção ao céu negro carregado.
  Ainda virei em sentido contrário para apanhar outro grupo mas mudei de ideias para me manter fiel à minha rota mentalmente traçada.
  Num feeling, páro para vestir a tão estrante capa e nem um minuto depois, estava debaixo de uma torrente de água.
  A capa é boa, o teste foi positivo. 
  Mas as mãos e os pés estavam gelados. As mãos porque as luvas não são impermeáveis, os pés por azelhice.




  
  Aos poucos a chuva foi parando e eu fui secando. Ainda assim estava cheio de ganas de pedalar e sempre em boa energia fui somando mais uns km aqui e acolá.
  Já no final da manhã, com mais tempo no bucho do que esperava, uma brisa frontal veio mostrar-me que as forças se esgotavam.
 Foi seguir até casa e tomar um banho bem, bem quente que soube pela vida.

domingo, 14 de dezembro de 2025

Tróia - Sagres 2025

 13 dez 2025
 Ciclismo

  O dia chegado.
  Mas antes, ainda antes de colocar os gluteos em cima do selim, dizer que este é um dos meus dias ciclisticos preferidos do ano.
  Não há uma mão cheia de vezes que não me lembre, recorde ou tenha inteira vontade do que se realiza neste dia.
   Provavelmente reproduzo esta linha todos os anos, mas este ano mais do que nunca, sinto a impreterivel necessidade de o fazer.
   É um dia feliz, de sofrimento, mas feliz. O Tróia - Sagres não é uma prova, não é um evento combinado. É a data em que um dia, alguém (de seu nome Malvar) decidiu fazer-se à estrada nesta epopeia que liga a costa vicentina ao barlavento algarveano, na ponta de Portugal de onde sairam os navegadores lusos.
  A cada ano que passava, Malvar foi inspirando outros como ele, primeiro amigos, depois amigos dos amigos, depois desconhecidos, depois desconhecidos dos desconhecidos.
  Há quem refira que chegámos (sim, também me juntei ao barulho) a ser mais de muitos (4.000??). Era vê-los a vir de todas as partes do país em carrinhas, autocarros, carros, apeados de bicicleta somente.
  Eram 3 barcos cheios.
  Mas isto já é missa velha.
  Mas este ano mais do que nunca, sinto a necessidade de sublinhar o que era e o que foi neste dia 13 e sublinhar a evidência daquilo que me move (e a muitos mais) por este dia.
  Superação, desafio, camaradagem e amizade, são só alguns dos sentimentos que podem ser invocados para descrever os motivos que levam cada um de nós a realizar este evento. O Malvar deu um dia o exemplo, uma multidão segiu sem hesitar embrionada muito certamente no mesmo espírito que ele.
   
  O Tróia - Sagres é para mim isso mesmo: um dia de sofrimento, de dores, de esforço, de prazer de pedalar, de superação e desafio e camaradagem! 
   Não é uma prova, não há classificados nem tempos contados (apesar de muitos acabarmos sempre a olhar para o ciclocomputador à procura daquele tempo mais reduzido). É convivio, é camaradagem!
   Não há ano em que não conheça novas pessoas, criadas na circunstância, amizades instantâneas, conversas imediatas bem dispostas ou de partilha de sofrimentos, entre-ajuda formando-se grupos, moralizando os mais aflitos e sôfregos, incentivados pelos apoios dos outros, pelas pessoas à beira da estrada desses povoados por onde passamos.
   O Tróia-Sagres é o dia mais humano em cima da bicicleta. Este é o meu sentimento. Vejo e sinto a missão de cada um, da ou das equipas profissionais portuguesas que passam a um ritmo alucinante cujo objectivo é juntarem-se nesta celebração da bicicleta, mostrarem as suas cores, treinarem; dos grupos mais aguerridos que seguem frenéticamente com o objectivo de chegarem o mais rápido possivel a Sagres, e de algumas minorias como miudos adolescentes ou adultos já em idade respeitosa, casais em que ele puxa por ela, ciclistas de peso corporal que lutam a cada pedalada, turistas que vão em ritmo de passeio, impreparados que vão ou tentam ir com os amigos que os arrastaram para esta jornada em conversas de café prometendo um dia impar (sem que lhes fosse possivel calcular o quão duro iria ser).
   Sinto-os todos. Os que passam por mim, os que passo por eles, os que estão parados, os que ainda pedalam quando já regresso a casa de carro e a tarde vai virando noite. Sinto o que move cada um deles. Tenho as suas satisfações, as suas alegrias mas também as suas dores, os seus sofrimentos. Sinto-o.

   Este ano fomos poucos. Este ano fomos muito menos que no ano anterior e nos anos anteriores. 
   O barco e pouco mais que meio e nem houve o especial ferry das 06h30.
   Meia duzia de pedaladas e já me encontrava sozinho na estrada, algo impensável logo no arranque. Um ciclista juntou-se a mim, abordou-me para a trivial conversa que sempre ajuda a espantar o frio do raiar do sol que ainda não tem força para aquecer (no dia anterior choveu 24 horas, hoje nada e nem frio estava): "gostaria de encontrar o Malvar e lhe dar um abraço".
   Eis mais um que se movia pelo exemplo, pelo querer aceitar o desafio e honrar o que outrora alguém tivera a coragem de idealizar e realizar.
   Era o seu segundo ano. Expliquei-lhe que não era fácil, que não saberia dizer se ele partia mais cedo ou mais no fim, que provavelmente seguiria em grupo sendo mais dificil de identificar e que com tantos grupos mais ainda. Este ano, pelos vistos, nem tantos assim.
   Estava feita a primeira amizade e partilha do dia, mas que antecipadamente me pareceriam que seriam ocorrências raras.
    Desengane-se quem pense que faço isto pelas conversas a toda a hora. Não antes mesmo pelo contrário. Gosto de seguir embrenhado nos meus pensamentos ou com os meus sentidos a absorverem tudo o que este dia dá. Mas não me imiscuo de dar um "vamos lá" aos que vão dificeis e descrentes, ou a d ar dois dedos de prosa aos que me assomam para tal.
   Uma hora depois e apenas rominava para mim o quão desapontado estava. "Um autêntico deserto" era a frase que batia incessa na minha cabeça como um sino nas badaladas do meio-dia. Outrora cheias de um enxame de ciclistas que não deixavam ver a cor do chão, hoje essa linha preta alcatroada via-se a perder de vista e eu seguia praticamente sozinha nela.
   Não muitas vezes começou a baixar em mim a vontade de retroceder, parar, ficar por ali e voltar para trás.
   Desalentado e cabisbaixo não conseguia deixar de pensar na vastidão que seria até Sagres, que se em tão tenra hora já estava só, como seria passadas mais algumas.
   Desengane-se também que pense que eu não gosto de pedalar a solo. Gosto, tenho tiradas assim só minhas. Mas este é um dia em que me "visto" para vir para a festa, para a romaria.
   Mais adiante pensei: faço metade. Páro em Mil Fontes e está feito.
   Onde estava o colorido? as conversas e gritos viris tolos dos que de peito feito àquela hora exaltam como galos para depois desfalecerem horas a fio? o "chilrear" frenético das correntes e carretos das bicicletas que rasgavam o silêncio dos campos ainda cobertos do orvalho matinal? os carros e carrinhas de apoio a passarem para irem mais adiante preparar os abastecimentos dos seus?
   Nada! Nada, nada.
   
  Perto de Santiago do Cacém, dois colegas de Coimbra. O sotaque não enganava. Um pequeno toque nortenho, uma perna bem redonda, conversa animada e descontraida. Algumas partilhas e seguimos juntos.
  Pouco depois, um grupo juntava-se. Vinham em bom ritmo mas abrandavam de quando em vez (para castigo dos mais entusiasmados que reagiam negativamente a essa "ordem") para não perderem uma jovem e um ou outro elemento menos preparado.
   Animei-me um pouco e pensei que em Santiago encontrasse muitos que habitualmente fazem a primeira paragem.
   Não. Santiago do Cacém estava irreconhecivelmente um deserto. 
   Voltava ao meu desconsolo e à evidência que seria assim a manhã toda e que Mil Fontes passaria a ser o meu destino.
    Não queria crer nesta realidade. Os motivos que a ela levavam iam aparecendo na minha cabeça como post-its no computador de um funcionário de escritório.

    - o mau tempo: uma véspera chuvosa? mas já houve outros anos assim....
    - o custo de vida: com ou sem alojamento, mas com deslocação, alimentação, aos que vêm de longe e aos que pagam a aorganizações que também elas poderão ter aumentado os preços por causa do aumento das despesas...a vida está cara.
     - o incidente do ano em que as forças de autoridade quiseram "proibir" este dia: sem sucesso mas terá afugentado uns quantos.
    - o covid: será? deveria ser o contrário.
    - os acidentes: relatos têm havido (eu presenciei um) de vários acidentes e alguns perigos. É um facto, mas basta termos cuidados e fugir das confusões. Cabe tudo na estrada com segurança.
    - grupos que realizam semanas antes: porque é menos confusão, porque não sei, porque eles lá sabem...
    
    E no meio deste consciencializar do motivo, saltitando entre estes argumentos ou falta deles, ia seguindo em direcção a sul, deixando-me arrastar neste pesar e sem não deixar de lamentar.
   Custava-me acreditar que tanta gente abrisse mão de um dia assim, de celebração da bicicleta, do ciclista, do exemplo para outros, da missão quase como um dever cívico para trazer outros a este porto de uma vida mais saudável, de partilha da alegria que é pedalar a só ou acompanhado, e honrar a magnitude do que alguém um dia alemjou alcançar com um querer inabalável (11 horas demorou pela primeira vez o Malvar a realizar esta travessia), que num dia frio e chuvoso muitas vezes de Dezembro, estoicamente se vai a terras de praia e sol.
    Custava-me a acreditar que entre 1.500 e 2.500 ciclistas pagam perto de 50 euros para participarem por esses Granfondos espalhados pelo país fora, para competirem entre si, e que aqui, à borla, em bom ambiente, em celebração, não quisessem mais participar.    

     É este talvez o espelho da sociedade: cada vez mais competitivos e menos sociáveis. Uma tristeza invadia-me com este pensar.
     
     Voltava às pedaladas pois um grupo com andamento animado trouxe novo fôlego ao meu estar. Segui na frente animadamente até parar em Mil Fontes para abastecer.
      Deu-me alento. Decidi continuar fosse como fosse. Uma espécie de força de revolta, de grito baixava em mim e foi esse o tónico que me fez motivar.
      
    O resto da viagem é o que se sabe. Com mais ou menos sofrimento, com mais ou menos vigor, segue-se sempre com olhos postos no fim da estrada. E o fim da estrada é em Sagres.
    Curiosamente lá fui aqui e acolá apanhando ou sendo apanhado por terceiros. Curiosamente com menos, vemos mais. Mais esforçados, mais impreparados, mais disponiveis a falar, mais humanos. Vi também mais estrangeiros, vi também mais iniciantes, vi até alguém que nunc atinha visto: o Malvar!
   Duas palavras trocadas, um abraço gestual simbólico e um muito obrigado. 
    Lá seguia ele no seu ritmo, curiosamente em registo solitário. Talvez o último da sua geração de amigos e companheiros? Não sei. Sei sim que ali seguia firme como da primeira vez, faz mais que uma decada! Um exemplo que perdura.
   
    Afinal, com tão menos (tão menos) gente e no final até pareceu tão mais.
    Espero que este dia não morra nunca. Espero que retome a que regressem ou cative novos ciclistas aventureiros que se queiram desafiar.
    Espero pelo próximo ano para lá voltar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

19ª Maratona BTT Canha


 07 dez 2025
 BTT


   Ora já cá faltava uma provazita com as rodas na terra, para desanuviar.
   Esta perto de casa, portanto uma saida curta do tipo ir ali e já voltar.
   Num dia que começou com um céu carregado de nuvens e com lampejos de ameaçar chover mas que não se confirmou e à tarde até fez um lindo sol. A temperatura também estava agradável, para dezembro então, não poderia ser melhor, o que me fez pingar em demasia e daí talvez algumas caimbras no final.


                                                            



    Opinião sobre a prova: traçado muito agradável e rolante sempre feito a bom ritmo. Pouca areia e 
                                         alguma lama e poças de água mas que se transpuseram sem contrariedades. 
                                         Poucas subidas e apenas uma pequena rampa mais exigente mas já estava 
                                         "ocupada" por apeados e nem deu para tentar. 

    Avaliação da prova
    Organização pré-prova: 3,5 novamente um pouco mais do mesmo: informação dispersa. No
                                           Facebook a coisa fica perdida em vários posts e às vezes até em respostas nesses posts (que quase ninguém vê) e a habitual muito pouca no Apedalar.pt que divulga e organiza as inscrições. Positivo um e-mail enviado aos participantes com um guia de prova que forneceu mais algumas dicas. 
    Secretariado: 5 estava ainda limpo à hora que cheguei por isso fui atendido de imediato mas estava bem organizado e com staff numeroso. Nada nas ofertas senão um "panuelo" para a cabeça.
     Percurso: 4 dada a oferta da região, foi aproveitado ao máximo o que poderia ser aproveitado. Umas passagens curiosas em algumas zonas, para quebrar a monotonia. Pouco alcatrão o que é sempre de louvar. Boas marcações só com fitas e cal (não houve track GPS) e só em duas ocasiões deu par ater dúvidas no caminho, uma delas mesmo na entrada para a recta da meta.
     P.A´s: 3 penso que gastaram tudo no pequeno almoço que era variado e riquissimo. Não parei no primeiro ponto e no segundo apenas vi laranjas, bananas e água. Mas sendo a prova curta e eu que ia prevenido, não foi necessário nada mais, mas....
     Staff: 5 muito simpáticos e sempre a apoiar. Muita policia nos cruzamentos com estradas. Tudo muito bem.
     Banhos: 4 balneário dos bombeiros deu para o efeito. Sempre nos acotovelamos uns aos outros e a coisa fez-se.
    Almoço: não fui mas estava um belo porco a assar no espeto.
    Conclusão: vale a pena repetir. Parabéns à organização. Boa oferta pelo preço cobrado e a notar-se o esforço por agradar.
    
      

  


sábado, 6 de dezembro de 2025

Surpresa em véspera de prova

 06/12/2025
  btt

  A Superior a pregar uma partida com um pneu em baixo (o traseiro).
  100 eur depois e tudo está resolvido a tubless. 
  Esta vida de bibicletas está cara. Mas no geral, o que é que não está?

  Amanhã é dia de prova. 
  

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

duas de seguida e o dilema das elétricas

 01 de dezembro 2025    
 ciclismo de estrada

  Hoje a solo e hoje sem vento. Até parecia que deslizava.
  Ligeiro cansaço nas pernas mas que rápidamente passou.
  Abandonei a ideia de ir à serra para não dar demasiada fadiga para as próximas semanas, pois estas poderão trazer desafios adicionais.
  Costuma-se dizer que um raio não cai duas vezes no mesmo local, mas uma urina por vezes.... cai!
   Neste feriado de 2ª feira, estranhamente menos trânsito que no dia de ontem, domingo. Também menos malta a pedalar.

   Depois veio a coincidência recheada com o dilema.
   Vamos por partes e tratemos primeiro da coincidência: 
   Pois então seguia nos meus pensamentos, isto já no último de quatro quartos do treino, subindo ligeiramente, quando se me ocorre que tendo visto pouca gente, agora dava jeito uma "lebre" para dar outro estimulo à subida. Mas logo senão me veio outro pensamento que se estava já em modo de poupança (e a serra ali mesmo ao lado que eu não ia subir), o melhor era mesmo não aparecer.
   Mas vai daí e zás. Um "bom dia" repentino interrompe os meus pensares e trás-me num instante de regresso ao selim.
   Era não mais que um ciclista de uns 60´s talvez, numa bicicleta de btt eletrica, que dando asos ao nome, electrificava a sua pedalada por aquela ligeira subida acima. Aqui deixo já um aparte para a parte seguinte, a tal do dilema: tive alguma relutância em escreve neste parágrafo a palavra "ciclista". Mas já lá vamos.
  Não me deixando levar nestas cantorias, não sou muito de ir atrás porquanto me remeto sempre ao meu ritmo e a nenhuma competição (aliás, nesta mesma volta, uns bons 40 min antes, tinha acontecido o mesmo, mas desta feita sem a parte eletrica), mas não resisti a colocar um pouco mais de vigor nos crancks e engatar mais uma mudança. Mas foi só isso e deixei-me então ficar a pensamentos com o dilema.

   O dilema:
    Isto das eletricas tem de facto uma dualidade em mim. Em alguns não terá dualidade nenhuma pois todos as verão como uma incongruência da natureza. Em outros poucos certamente, nenhuma comichão lhes fará.
    Pois eu compreendo, respeito e tomo até por bastante adequada a existência das eletricas, senão vejamos aquilo que considero as suas vantagens:
    - um bom meio de transporte agil
    - um bom meio de transporte ecológico
    - um bom meio de utilização para exercicio físico com apoio para as subidas e situações mais adversas
    - uma boa forma de chegar a zonas onde normalmente um utilizador ciclista ou bttista menos capacitado chegaria


Imagem gerada por IA



    E por aí fora, tudo dentro deste prisma.
    Contudo a coisa fica-se-me mais dificil de aceitar quando toca a falar de exercicio físico. Não obstante o utilizador assomar-se no selim e sair para a rua, se a ideia é exercício, há que realizar algum esforço. Algum, pouco que seja. Em alguns casos (como este), não foi bem isso que estava a acontecer. 
    Lá está, poderia ser um passeante domingueiro (neste caso, feriadeiro). sim, podia e isso estaria tudo certo não fosse o utilizador deste veiculo eletrico estar devidamente equipado como um qualquer comum mortal bttista à moda antiga, leia-se "sem motor auxiliar".
   E lá estou eu e lá estava eu, respirando fundo, apelando à minha sensatez e ao meu bom livre-arbritio em que cada um é livre de fazer e realizar à sua maneira e seu gosto, sendo que desconhendo os seus objectivos e principios, quem seria eu para criticar.
    Contudo, sempre que passam estas bicicletas eletricas, não conseguimos (nós, os que não têm outro remédio senão usar as pernas) deixar de sentir uma certa prepotência de quem passa, leve levemente como quem vai na maior a "dar ratada" nos demais.
    Fico-me dividido execpto quando me recaio sobre todos os motivos acima transcritos e outros mais.
     Ao fim e ao cabo, não interessa assim tanto.
    
    Pouco depois a subida acabou e veio a descida. Alcancei-o e deixcei-o para trás e nunca mais o vi...
    Na última subida do treino, mais uma leve e curta inclinação, apanho outro bttista. Já sofrego subia lentamente. Dei-lhe os bons dias, aqui tudo de forma natural, cada um no seu galho. E afinal até era um velho conhecido.

   

domingo, 30 de novembro de 2025

ao vento se fazem os melhores treinos (não os mais agradáveis)

 30/11/2025
 ciclismo de estrada

 Era para ser btt em prova só que não. 
 Era para ser uma volta de 120 km só que a solo num dia de vento forte como hoje e com a rota escolhida ser bastante desabrigada, e por trazer um companheiro menos preparado, alterei para algo mais dentro do habitual cá no quintal do costume.
 Foi ao passar pela rotunda do Zéfiro, talvez presságio não porquanto este se refere a uma brisa leve e suave vinda dos lados do Oeste, que se fez perceber que a manhã ia ser castigadora para os penteados.... e ciclistas.
 Umas rajadas de vento lateral faziam-me dançar contra vontade de quando em vez. Felizmente pouco quase nada esteve pela frente, o que significa que pouco e quase nada também esteve pelas costas.
 Apesar de não gostar nada (mesmo nada) deste registo metereológico (tanto pelas rajadas que neste corpo leve e roda de perfil 40 são sempre incomodativas, tanto pelo que tira de prazer de rolar que é afinal uma das melhores sensações do ciclismo de estrada), ele é um bom treino de endurance/resistência pois obriga a um maior esforço muscular, dando boa preparação para os dias em que não se faça sentir.


 Ir de peito ao vento sem grupo para proteger é igualmente mais desafiante pois então.
 Ainda assim prefiro que não!

  

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Samaritana, Rainha dos Trovões

 Faz com que o vinho não se acabe nos tonéis e a aguardente seja cada vez mais forte, juro e jurarei pedalar até à morte!!

  Adultere-se uma pequenina palavra e a coisa até parece já não fazer sentido. Em boa verdade, "pedalar" substituiu "beber".
  Também há na versão "Imaculada Senhora da Conceição" ou "Imaculada Senhora dos Pastéis", esta última do famoso Quim Barreiros. E provavelmente mais haverão por este país fora.
  Confesso que a que mais conheço é como escrevi no título: Samaritana. Não sei ao certo se era isso que se cantava, era o que me soava. Na ocasião já garantidamente com o canal auditivo destrocido pelo.... barulho....da pinga.
~

  Este pregão tão típico de grupos estudantis e outros que tais, tem por missão apregoado que é, enaltecer o orgulho e paixão pelos copos e vida boémia, em jeito de reza a Samaritana, essa deusa rainha dos trovões.





   Pois porquanto esta vida já lá se vai faz muitos anos a esta parte, mas não por isso deixei de comunicar com tal divindade. O pedido é que vem por vias de outro tema.
   Se ao que consta, pelo menos da reza cantarolada, Samaritana é porconseguinte a Rainha dos Trovões, aqui solicita-se a Sua Exla. que não troveje aos domingos que a malta aqui quer ir pedalar mais confortávelmente possivel.

  Agora vou só ali desenterrrar umas meias quentinhas ao fundo da gaveta e já volto.